segunda-feira, 15 de junho de 2015

Carta de Luiz Henrique Sanfelice

Há muito tempo eu não escrevo por aqui. No entanto, a partir de um e-mail que recebi de Luiz Henrique Sanfelice,  personagem de uma das minhas postagens, estou de volta. Volto pra dar a versão e opinião dele sobre os meus julgamentos.

Prezada Stephany Sander.
Sou o Luiz Henrique Sanfelice.
Estou lendo sua crônica “Um ponto de vista a mais...”
Você não me conhece e não leu meu processo.
E mesmo assim não acredita que fui que matei Beatriz...
Você mesma não acha que a acusação é verdadeira.
Não é incrível?
Porque então acha que eu mandei alguém matar Beatriz?
É como você escreve: mais um ponto de vista.
Baseado em que?
Seu ponto de vista não tem fundamento Stephany...
Infelizmente essa é a postura dos jornalistas hoje em dia.
Acusam de maneira leviana pessoas que não conhecem e processos que não leram...
Meu júri foi uma farsa.
Fui julgado e condenado sem uma única testemunha que me acusasse de alguma coisa.
A senhora que trabalhava em minha casa também foi julgada e foi absolvida depois de confirmar que eu estava em casa com meu filho.
Ora, se eu estava em casa como posso te matado minha esposa?
Aconselho-te a não opinar de assuntos que você não domina.
Se você um dia for condenada por um crime que não cometeu seguramente mudará de opinião quanto a pena de morte.
Seria interessante que você um dia tirasse um tempinho para ler meu processo e depois me procure para me dizer se você continua com a mesma opinião.
Tenha humildade.
Quanto a solidão da prisão, ela é realmente terrível.
Graças a minha atual esposa, mãe de meu segundo filho , pude suportar tudo isso sem desesperar, na certeza de que poderia recomeçar minha vida após toda esta farsa.
Sou um home honrado, pai de família, trabalhador e nunca cometi nenhum crime.
Eu, minha esposa e meus filhos já sofremos demais por todas as pessoas que me julgaram sem sequer me conhecer.
Exatamente como você está fazendo em sua crônica.
Isso sim é justiça de mentira como você escreve ao final de sua crônica.
Espero sinceramente que você nunca tenha que ficar longe de seu filho como eu estou há 11 anos...
Que Deus te proteja para que você não tenha que morder um dia a língua por uma condenação equivocada.
Desejo sorte para que você nunca passe pelo que eu passei e te peço uma única coisa:  Não julgue pessoas por assuntos que você não conhece.
Se você realmente acredita em livre expressão publique minha carta no seu blog.
Ou será que você é mais uma dessas pessoas que são a favor da liberdade de expressão somente quando é a seu favor?
Vamos ver se você é realmente democrática e publica o meu ponto de vista...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Quatro dias na terra da garoa

Foram quatro dias que valeram por um mês.  A cinza cidade de São Paulo despertou em mim um sentimento de amor ainda maior pelo RS. Já tinha viajado para lá quando tinha meus 14 anos. Naquela época o clima, o trânsito e o preço da vida paulista não eram um problema pra mim, que tinha como objetivo conhecer o famoso parque PlayCenter durante minha estadia na cidade que não dorme.
Desta vez o cenário era outro. Fui escalada para cobrir a Couromoda. A maior feira de negócios da América Latina no setor calçadista. Até aí tudo bem. Estava ansiosa e adorei minha missão pela Rádio ABC. O que me assustou foi a vida dos paulistanos.
Tudo é muito caro. Um almoço ou janta não sai por menos de R$30 reais. Isso se tratando de um prato feito (como a gente chama) ou um simples lanche.  Além da necessidade do dinheiro outro item básico para se viver em São Paulo é paciência.
As pessoas não tem pressa. Ao te atenderem em algum local, se você vai esperar ou ir embora não faz diferença. Além disso, o trânsito anda a passos lentos.
Não existe congestionamentos ou obras como em Novo Hamburgo, mas sim inúmeros carros.
Eles lotam ruas e avenidas e fazem trechos, que levariam 10minutos para serem percorridos, demorarem mais de 40minutos. É preciso sair antes para chegar no horário.  Mesmo com viaturas do CET – Centro de Engenharia de Tráfego, que estão por toda a parte auxiliando motoristas que ficam empenhados nas ruas, o fluxo não sai do lugar. Em dias de chuva então a situação é pior ainda.
Resumindo, gostei de São Paulo. Fiquei  hospedada em um antigo prédio da Av.Ipiranga e pude ver mais atenta a semelhança com a arquitetura porto-alegrense, mas já adianto, não trocaria o Rio Grande do Sul por nada.


 Da janela do meu quarto o famoso hotel Excelsior que já hospedou estrelas como Hebe Camargo.

 "Alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João" as ruas de Caetano Veloso

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Um ano de saudade

Eu com a Bisa e o Biso na  minha formatura em 2009


Neste sábado vai fazer um ano que a minha Bisavó me deixou.
Deixou não só a mim, mas toda a família desamparada.
Os invernos sempre eram uma batalha complicada para os já cansados pulmões da Bisa querida que já tinha 91 anos de idade. No inverno do ano passado eles não aguentaram. Depois de ser encontrada praticamente agonizando sem ar pelo seu companheiro de mais de 70 anos de casamento, meu querido Biso, ela foi internada as pressas e ia passar por uma cirurgia, para finalmente poder dormir e respirar melhor em dias mais frios.
Me lembro como se fosse ontem da última vez que a vi no hospital.
Fui visitá-la acompanhada do Raoni, meu pai e meu irmão maior, o Caíque.
Como apressada que sempre fui, estava na frente do grupo e abri a porta do quarto. Encontrei ela com pantufas bem quentinhas, um pijama azul-claro que parecia ser muito aconchegante, sentada em uma mesinha no canto do quarto comendo pão com schimia (um de seus pratos preferidos eu acho).
Ela abriu um enorme sorriso quando nos viu e logo nos abraçou e beijou. Perguntou se estava tudo bem já que andava fazendo muito frio, e sendo que ela é quem estava internada.
Vi ela muito disposta e feliz, fazendo planos de almoços com o restante da família quando voltasse pra casa.
E eu também saí de lá fazendo planos.
Tinha certeza que dentro de algumas semana ela deixaria o hospital.
Me enganei.
Na manhã do dia 6 de agosto, uma sexta-feira, me vesti (lembro exatamente da roupa que usava) desci e fui tomar meu café antes do trabalho. Uma ligação, atendida pelo pai mudou nossa manhã.
O coração cheio de amor e já cansado pela idade não aguentou a cirurgia e ela faleceu em uma temida manhã fria de inverno.
Aquela sexta-feira foi sem dúvida o dia mais triste da minha vida.
Não só por saber que não poderia mas abraçar e beijar a Bisa sempre que me desse vontade, mas por ver o meu Biso sofrer, e muito.
Quem ia pegar na minha mão pra saber se estavam quentinhas? Quem ia ocupar a cadeira de balanço do lado do Biso e se preocupar com a louça nos almoços de domingo?
Um vazio imenso tomou conta do meu peito.

Há algumas semanas sonhei com ela.
Na verdade foi mais uma lembrança do que um sonho.
Ela estava de pé, do lado do Biso, na casa da praia, com sua calça verde escura, um blusãozinho marrom e o sorriso de sempre me acenando, como quem diz: "Estou vendo que tu está feliz, continua assim que eu não te abandonei."
Acordei em meio a lágrimas e a saudade aumento um pouco mais.

sexta-feira, 11 de março de 2011

À espera de Sanfelice


Em 2004 eu estava no meu último ano do ensino médio, ainda não sabia o que faria direito na faculdade mas me lembro bem do crime que aconteceu no dia 12 de junho daquele ano. Um carro com o corpo de uma mulher carbonizada foi encontrado próximo ao Santuário das Mães, tudo indicava que o empresário e marido dela era o culpado.
Não dei muita bola para o crime e ele passou desapercebido sendo apenas mais uma fatalidade, entrei pra faculdade, comecei a cursar jornalismo e lá por 2006, quando eu estagiava na TVFeevale o julgamento do tal empresário, que agora eu podia ver o rosto de perto, Luiz Henrique Sanfelice, aconteceu no auditório do Prédio Lilás do Campus II. A partir daquele dia, quando acompanhei quase todo o julgamento, descobri que queria ser repórter policial.
Ele foi condenado, preso, foi pro regime semi aberto, e ninguém mais ouvi falar nele. Minha vida seguiu, como tinha de ser, e lá por 2008 todos se perguntavam, onde anda Sanfelice?
Depois de ficar alguns anos na Espanha ele foi encontrado e seria extraditado.
O que eu tenho a ver com isso? Tudo.
6 horas da manhã desta quarta-feira, de cinza que ironia, Sanfelice começa sua volta ao Brasil e eu me preparo para acompanhar cada detalhe em frente a Penintenciária Modulada de Montenegro.
Cheguei ás 7:30 no local, bem afastado na zona rural do município e ele só desembarcaria ás 9:30 no Salgado Filho.
Esperei.
Esperei quase 4 horas por Luiz Henrique Sanfelice, quem diria, pra quando ele chegar ouvir mais uma vez de sua boca que "não matou a Beatriz"!
Sinceramente, nessas horas sou a favor da prisão perpétua. Quem mata, ou manda matar, como acho que foi o caso dele – porque um empresário a sua altura não seria capaz de atirar e atear fogo contra a própria esposa, pagaria alguém fazer isso – deveria ficar preso até desafinhar na cadeia. Pois pior do que morrer é sofrer sozinho e calado.  
Sanfelice virou estrela. Rodiado por repórteres, câmeras e segurança máxima.
E a Bea, que segundo colegas do Grupo Sinos, era uma excelente profissional caiu no esquecimento.
Mundo injusto.
Justiça de mentira.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cultivando sonhos



Sempre ouvi dizer que quando temos um sonho e corremos atrás dele com todas as nossas forças, para que se torne real, a mágica acontece. Hoje pude ter a certeza disso.
Sonhos, também conhecidos como desejos, são itens valiosos do ser humano que precisam ser muito bem cultivados, e que todos nós temos e queremos que um dia, que se tornem verdade. Às vezes não revelamos nosso sonhos a qualquer um, ou a ninguém, com medo de que os mesmo pareçam banais ou nunca se concretizem.
Pois um dos meus desejos se realizou hoje.
Sempre tive duas paixões na minha profissão: telejornalismo e rádio!
A primeira delas me acompanha deste 2006 quando tive a primeira grande oportunidade da minha vida – um estágio de repórter na TVFeevale.
Aprendi a amar a minha voz (até então odiada), que passava a ser ouvida nos "offs" e passagens de minhas matérias, e me fascinei pela força que possuem as imagens registradas pelos queridos colegas cinegrafistas.
Passados 4anos desde então, quem diria, minha outra paixão irá me acompanhar diariamente – o rádio!
Vou trabalhar na Rádio ABC900 - e esperei muito tempo pra dizer isso! – um desejo antigo, um sonho, que enfim se torna realidade.
A melhor parte, além de saciar essa ânsia que eu tinha de ir pra Rádio, é receber as felicitações de amigos, que mesmo não tão próximos, sabem a importância desta conquista pra mim!
Dezembro não podia ter começado de maneira melhor!

A partir de agora vocês podem me acompanhar, ou melhor, acompanhar a minha voz, sintonizando a ABC900AM. Ah, e espero que se acostumem com ela, pois eu ainda estranho quando a escuto.